sábado, abril 25, 2009

35 Anos Depois do Adeus

E depois do Adeus, adeus à ditadura. A primavera marcelista tinha sido um simples sonho, nunca materializado.
A 25 de Abril de 74, um dia que seria pintado de vermelho e verde, saí à rua um novo símbolo, o cravo da liberdade.

Por volta da meia noite e vinte, da vila morena saí o sinal pela voz do Poeta da Liberdade.
41 anos de ditadura contra o pensamento e a razão estavam prestes a cair sob o signo de um novo Portugal, um Portugal mais justo, mais igual, mas acima de tudo mais livre.
Da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, sai Salgueiro Maia, o mais bravo dos capitães. Com ele partem 240 homem que se revêem naquele homem simples mas com uma aura magnifica. Partem para Lisboa, em direcção ao Terreiro do Paço, enfrentam a superioridade de armas e homens do regime, com nervos de aço. Cercam o Quartel do Carmo e destituem Marcelo Caetano das suas funções.
Nasce o Portugal Livre!




35 anos de liberdade, 35 anos desde que os capitães de Abril puseram fim ao estado a que isto tinha chegado.
Salgueiro Maia será sempre lembrado como a figura máxima deste movimento, ele que enfrentou na primeira linha o regime, disposto a sofrer todas as consequências na primeira pessoa. De um carácter e humanidade únicos, negou qualquer cargo político, argumentando que para se saber se há liberdade, não se podem tomar partidos, apenas manter-se neutral a qualquer influência política.

José Afonso será também sempre uma figura ligada à revolução e à luta contra o regime, ele que foi o Poeta da Liberdade, o senhor de uma inteligência poética assombrosa

Obrigado, aos dois e a todos os outros, mais ou menos famosos, que contribuíram para que o dia de hoje seja aquilo que é para mim.

Liberdade!


“Há 35 anos, o golpe de Estado acabou por abrir caminho a uma revolução. O povo juntou-se aos militares (…). A 25 de Abril, os militares criaram em Portugal a oportunidade da democracia, e os portugueses souberam aproveitá-la. E aos 240 homens da Escola Prática de Cavalaria que desceram a Lisboa na coluna de Salgueiro Maia devemos em boa parte o milagre de uma revolução pacífica, ‘dos cravos’.
(…) Eram 240. Todos quantos foram necessários para fazer cair um regime velho de duas gerações, tão velho que quase nem resistiu.
Eram os 240 de Salgueiro Maia. Apenas um punhado de soldados que há 35 anos saíram, madrugada alta, de Santarém para descerem à capital, ocuparem o Terreiro do Paço, subirem ao Carmo e aceitarem a rendição de Marcelo Caetano.
(…) Por vezes esquecido, chegou a ser ostracizado, humilhado mesmo, foi mal-amado pelos que não perdoaram a sua rectidão ou viram com maus olhos o facto de nunca ter pertencido a grupos, nem vergado a espinha, nem ter procurado honrarias. Salgueiro Maia pertence ao número daqueles que, por actos valorosos, se libertaram da lei da morte.
O comandante da coluna já desapareceu, mas a sua memória, não. O capitão que, na Ribeira das Naus e na Rua do Arsenal, protagonizou os momentos de maior tensão do golpe – quando teve de enfrentar, com armamento muito inferior, a coluna de tanques vinda de Cavalaria 7 – era um daqueles homens que só surgem de longe a longe, alguém de uma extrema simplicidade e rectidão, impoluto e rigoroso. É dele que retemos a mais luminosa imagem de um ‘capitão de Abril’, é dele que guardamos a mais límpida memória, nunca contaminada por qualquer sede de protagonismo ou de prolongamento da tutela militar sobre o poder civil.
À sua frieza e desassombrada coragem, à sua determinação sem falhas, devemos a vitória sem mácula e o facto de termos tido uma revolução de cravos, sem sangue.”

Retirei este texto de uma edição especial que o Público lançou sobre o 25 de Abril e militares que fizeram parte desta Revolução.
Apesar de não ser nascida em 1974 é com enorme orgulho que recordo todos os passos desta operação. Adorava ter vivido aquele dia, todas aquelas emoções.
Contam que durante o caminho do Terreiro do Paço para o Quartel do Carmo o povo acompanhou os militares, carros blindados e toda a maquinaria, com enorme euforia e alegria gritando “Liberdade!” e citando Salgueiro Maia “O ambiente que lá se viveu não tem descrição, pois foi de tal maneira belo que depois dele nada de mais digno pode acontecer na vida de uma pessoa. (…) Nunca tinha visto o povo a manifestar-se assim. No Carmo, ao chegar, houve desde senhoras a abrir portas e janelas para colocar os homens nas posições dominantes sobre o quartel, até ao simples espectador que enrouquecia a cantar o hino nacional.”
Sem dúvida que o Salgueiro Maia é uma das pessoas que eu mais admiro, um exemplo de conduta a seguir. É maioritariamente graças a ele que somos as pessoas que somos hoje! Que nós jovens podemos fazer o que fazemos. Ele deu-nos a Liberdade que, infelizmente, muitos de nós não sabem aproveitar da melhor maneira.
Tenho pena que a maioria dos jovens não dê valor à Revolução dos cravos (esta que abriu caminho às transições democráticas noutros países da Europa) e que muitas vezes, quando na rua lhes perguntam se sabem o que aconteceu no dia 25 de Abril eles apenas respondam que foi uma revolução qualquer.
Tenho imenso orgulho no 25 de Abril e em tudo o que ele representa e no que depender de mim vou transmitir este orgulho e explicar tudo o que se passou às futuras gerações!

quarta-feira, abril 22, 2009

Dia da Terra - Greenpeace

Acho que o vídeo fala por si, mas acho incrível que vivendo na época em que vivemos ainda há gente da minha idade e mais nova que não se preocupa nada nem tem a mínima consciência daquilo que andamos a fazer.


segunda-feira, abril 20, 2009

Design.pt - Uma maravilha no "deserto"

Quero começar por dizer que "deserto", para mim, não é um sítio desolado e sem interesse, por esse mesmo motivo é que está entre ""; mas porque para os político e infelizmente para muita da população, o "mundo", em Portugal, é só Lisboa e Porto.














A imagem em cima é algo completamente normal no contexto nacional, um monumento com traços arquitectónicos que se encontram um pouco por todo o país. Este é o Palácio dos Sepúlveda, em Évora, um hotel de 5 estrelas que guarda no seu interior uma maravilha no que toca ao design de interiores e na combinação harmoniosa do estilo original da construção com as novas tendências do Design.

Digam-me, imaginavam mesmo que isto fosse assim por dentro? (Porque é mesmo!)









































Este é apenas um exemplo das maravilhas que existem em solo nacional, nada aquém do Design e oferta internacionais.

É claro que este tipo de serviços não são para qualquer carteira, mas também não o são seja em que país for.

domingo, abril 19, 2009

Onde andam os pseudo-espanhóis agora?

Toda a gente se lembra de pelo menos uma destas pessoas, se é que não somos uma delas, pessoas que à uns tempos atrás, cada vez que surgiam novos números do desemprego em Portugal, se limitavam a dizer que mais valia sermos espanhóis.

Será que essa mentalidade, retrograda e pessimista, ainda se mantêm? Agora que Espanha tem mais de 3,5 milhões de desempregados, ou seja, mais de metade da população activa portuguesa.É que se fizéssemos parte de Espanha seriam um acumular de problemas e não uma resolução definitiva para os mesmos.

Países grandes não são países necessariamente poderosos a nível financeiro. Vejam o caso dos Estados Unidos, que atravessam uma das suas maiores crises e depois comparem com a Finlândia, que tem metade da população de Portugal e é um dos melhores países do mundo no que toca ao estilo de vida.

P.S.: É claro que o facto de a Finlândia ser o país com menos corrupção em todo o mundo também ajuda, e muito.

sábado, abril 18, 2009

7ª Arte - X-Men Origins: Wolverine

Isto é como voltar a remexer na minha consciência infantil mais profunda, voltar ao tempo em que acreditava que poderia vir a ser como os heróis da banda desenhada. Correr e pular, tentando imitar os seus movimentos espectaculares e com isso ganhar uns quantos arranhões e dores musculares.
Sempre adorei banda desenhada e continua a ser uma das minhas artes favoritas. E claro, tudo começou por causa de super-heróis.

Dentre todos eles existem sempre aqueles que se destacam, e um deles é Wolverine. A personagem dos X-Men mais conhecida em todo o mundo.
Depois da desilusão que foi o filme sobre a mítica série Dragon Ball, chega já no próximo dia 1 de Maio o filme X-Men Origins: Wolverine.



Tenho de aceitar que o filme poderá ser do mais comercial que alguma vez aqui falei e que este post resulta mais da admiração pela personagem do que outra coisa. Mas serve pelo menos para as pipócas e dentro do género as personagens da Marvel não têm desiludido muito.

terça-feira, abril 07, 2009

Sendo eu estudante de Ciências Farmacêuticas não podia deixar passar em branco esta polémica sobre a venda dos genéricos.
Depois de tanto que se falou sobre a venda dos genéricos facilitarem a vida e a economia dos portugueses e de apelarem aos médicos para receitarem medicamentos genéricos em vez de medicamentos de marca para que os portugueses (depois de muitos europeus já usufruirem disso) pudessem ter acesso a medicamentos mais baratos e da mesma qualidade que os de marca, agora que isso é possível parece que a nossa Ministra da Saúde não gosta muito da ideia.
Bem se calhar não gosta muito da maneira como as coisas estão a ser feitas e porquê? Porque finalmente alguém, neste caso os farmacêuticos, decidiram fazer frente aos médicos e retirarem-lhes um pouco do muito poder que estes possuem.
A ANF decidiu que uma vez que os médicos ainda se recusam a prescrever medicamentos genéricos, os utentes podem decidir na farmácia se preferem os medicamentos de marca ou os genéricos, mais baratos, mesmo que os mesmos não constem na receita.
Então a Ministra da Saúde já anunciou que o Serviço Nacional de Saúde não pagará às farmácias a comparticipação dos medicamentos que forem substituídos pelo genérico mais barato sem autorização do médico.
Pelo andar da carruagem esta medida vai mesmo para a frente e os nossos excelentíssimos médicos vão continuar a rir-se à custa de todos nós.
Enfim...mais uma vez este é o Portugal que temos ou melhor, que os nossos políticos querem ter!

sábado, abril 04, 2009

Musiké Téchne - O som de ser português

Temos aquela mania mesquinha de que o nacional não presta, de que tudo o que é português é de segunda ou terceira classe, que não vale a pena pagar pelo trabalho dos nossos artistas. Mas depois andamos a ouvir "artistas" internacionais que em concertos ao vivo cantam como pianos desafinados, e pior que isto é que os adoramos!

Só quero fazer uma pergunta a todos aqueles que poderão vir a ler este post: se o produto português é tão mau, recordem-me, vocês são o quê? Americanos?
"Tadinhos...."

Hoje trago aqui um grupo PORTUGUÊS, os Norton. E acreditem, eles são um dos muitos remédios nacionais para todos aqueles que tem o vírus cerebral de que o que é português não é bom.

Recentemente lançaram uma re-edição do sucesso Pump Up the Jamp, de 1989 do grupo belga Technotronic. Para mim, a re-edição é bem melhor do que o original e lembrem-se, os Norton não são estrangeiros. Aqui fica o video-clip da re-edição; todos aqueles que conhecem minimamente Castelo Branco vão certamente reconhecer alguns dos locais das filmagens.



Pump Up The Jam from Norton on Vimeo.


Para quem nunca ouviu o original ou já não se lembra, aqui está: